Telejornalismo e o Consenso Fabricado
Tenho recebido muitos emails de alguns que insistem achar
que, por gostar de ler, sou obrigado a decodificar os enormes textos que me mandam. Mas, nesta semana, um breve texto me chamou atenção, foi justamente
sobre o assunto: Imparcialidade no Jornalismo.
Um email enviado por minha querida professora e
jornalista renomada Nadya Argôlo, no qual havia um comentário do jornalista
baiano Carlos Baqueiro, que dizia: “Aí está uma idéia do Jornalismo te TV, eles
adoram fontes viciadas, mas não entendam viciadas em drogas, e sim, nas mesmas
pessoas, aquelas que falam as mesmas coisas, coisas que todo mundo já sabe”.
Feliz com essa declaração óbvia de Baqueiro, lembrei da matéria A Arte da Imparcialidade
Jornalística postada na edição 632 do Jornal Observatório da Imprensa, que pautava as redes
sociais, a qual ressaltava os casos famosos de demissões que aconteceram devido
à livre expressão no Twitter. Como a de Felipe Milanez, que era editor da
revista National Geographic e foi demitido por criticar matéria da
revista Veja, que faz parte do Grupo Abril, seu empregador.
Com essa e outras notícias parecidas, é possível acreditar que no
meio jornalístico, a imparcialidade é subjetivo, especialmente quando falamos
em mídia, comunicação. Subjetivo e impossível. Percebe-se que a imparcialidade está
em xeque a cada palavra escrita, imagem ou argumento escolhido no ato de
repassar a informação. Para os adeptos da filosofia, é oito ou oitenta, ser
imparcial é pura utopia: existe parcialidade, sim, a cada etapa.
Alguns leigos ainda pensam que jornalistas possuem poderes
e privilégios sobre os demais seres da raça humana, a verdade é que há limitações
impostas em vários níveis, válidas não somente durante as horas de trabalho.
Estou falando de supostas obrigações em tempo integral: de dilemas éticos por
agir em prol da liberdade de outros enquanto no fundo sacrificamos a nossa.
É necessário saber que quando se envolve Imparcialidade, a verdade é que nem sempre podemos
pressionar a tecla "Enter".
Infelizmente, não foi o que a entrevistadora abaixo fez. No vídeo
ela mostra sua intensa parcialidade, ou seja, na entrevista é ela quem decide o
que deve ser falado, exposto, apresentado, mostrado, oferecido aos seus
consumidores.
Acho
que está na hora de explicar a esse povo que liberdade de imprensa não é o
mesmo que liberdade de expressão.
Luciano Barreto.